La Stratégie

by Alexander Sweden

Talisca e o sentido de oportunidade

Talisca tem manifestado um considerável sentido de oportunidade. Traduzindo, vem revelando uma enorme capacidade de decidir sem bola, de aparecer no sítio certo, na hora certa, e depois (porque há muitos que são ótimos a decidir sem bola) faz a diferença acrescentando uma excelente técnica de remate.

Para decidir sem bola e aparecer no sítio certo é imperioso ter uma capacidade de antecipar o percurso daquela. Trata-se de uma capacidade cognitiva, não de um poder paranormal. Talisca não é bruxo, mas as experiências passadas registadas no cérebro são-lhe úteis para que as reutilize  no sentido de prever com grande grau de exatidão o que vai acontecer no futuro. Antecipa primeiro que os outros. Pensa mais rápido (e bem) e isso permite-lhe surgir em zonas de finalização antes do adversário.

Tendo em conta a jovem idade do jogador encarnado, para ter esta capacidade não será necessária muita experiência no terreno de jogo, mas sim rentabilizá-la ao máximo e que no fim de cada jogo não se faça tábua rasa perante tudo aquilo que se passou.

Decisão (com e sem bola)

A melhor forma de ganhar o 1 X 2 não é passar pelos adversários com bola, mas sem ela. Neste contexto, a decisão com bola e sem bola são cruciais (desde que suportada por índices físicos e técnicos de primeira água).

Volto a recordar o lance do Diego Costa, porque é um dos lances mais incríveis que tive oportunidade de ver nos últimos meses. Está na minha zona alpina futebolística. A boa decisão sem bola do Diego Costa (e com bola do Fàbregas) valeu-lhe mais do que toda a técnica de drible do mundo, no entanto, a procura do espaço, e a conquista do mesmo, não seriam suficientes ainda assim. A boa decisão estava refém daquela técnica de receção, daquela técnica de remate, daquela intensidade. Dá prazer quando as coisas correm bem quando tanta coisa podia correr mal…

Não me custa acreditar que neste lance Fernando Torres não tomaria a melhor decisão sem bola, mas ficaria a aguardar que o Cesc lha metesse no pé, para depois virar-se para os seus dois oponentes, constar que não tinha apoios e perder a posse da bola. Alguns justificariam o jogador, dizendo que naquele contexto de inferioridade tomou a melhor decisão, considerando-o mais vítima que culpado. Analisando numa perspetiva de decisão com bola, até poderia concordar, mas recorrendo ao parâmetro “decisão sem bola”, constataria que teria tomado uma decisão terrível.

Quando se afirma que um jogador toma boas decisões, importa analisar numa dupla abordagem: com e sem bola. Não basta apenas tomar boas decisões com bola e esquecer a decisão sem bola, ou vice-versa. Decidir bem, significa que se dominam as duas abordagens.

(Principalmente a partir do 4:08)

 

Recordo aqui uma notícia de abril:

“O jogador mais rápido do mundo é, de acordo com um estudo divulgado esta quinta-feira pela FIFA, o internacional equatoriano do Manchester United Antonio Valencia. O extremo consegue correr a 35,1 km/hora, ainda longe do recordista mundial dos 100 e 200 metros Usain Bolt (37,6 km/h).

O português Cristiano Ronaldo, do Real Madrid, ocupa apenas a quarta posição, com 33,6, atrás do colega de equipa Gareth Bale (34,7) e de Aaron Lennon, do Tottenham (33,8).

A lista dos dez melhores fica completa com Walcott (Arsenal/Inglaterra), com 32,7; Messi (Barcelona/Argentina), 32,5; Rooney (Manchester United/Inglaterra), 31,2; Ribéry (Bayern/França), 30,7; Robben (Bayern/Holanda), 30,4; Alexis Sánchez (Barcelona/Chile), 30,1”

A pertinência destes dados, não obstante não ter um pleno conhecimento de como foi feita a análise,  está relacionada com os estereótipos que por vezes jornalistas, técnicos e adeptos colocam sobre determinados jogadores. Avaliar um parâmetro específico de um jogador não é tarefa fácil, e muitas vezes analisada apenas a olho nu, sem  o recurso a tecnologias, pode tornar-se enganoso. Se algum especialista tivesse de responder rapidamente à questão “quais os mais rápido”, qual deles colocaria o Rooney na lista ou o Valencia no topo?

 

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Em resposta ao Pateta, um dos meus seguidores, que argumentava que lhe parecia irreal que um jogador conseguisse  tomar decisões em microsegundos que viessem determinar a forma como deve tocar numa bola e qual a força que lhe deve imprimir, deixo dois trechos de um artigo muito interessante (disponível na íntegra aqui).

“Publicaram recentemente, na revista científica Nature Neuroscience, uma hipótese para explicar o que acontece na mente de jogadores excepcionais, como Kaká ou Messi. Eis o que o cérebro deles faz melhor:

1 – processar com rapidez os estímulos vi­suais do ambiente, como a posição dos jogadores no campo;
2 – memorizar um grande repertório de jogadas;
3 – antecipar o movimento de outros atletas;
4 – combinar, numa fração de segundo, to­das as informações para tomar a melhor decisão”

Para aqueles que acham que o treino a doer é de segundo plano porque só dizem respeito à capacidade física (coisa que qualquer atleta tem),  e o que importa é a tomada de decisão:

“Nenhum cientista acredita que o dom para antecipar movimentos e decidir com rapidez seja apenas uma bênção da natureza. Os avanços da neurociência já mostraram que o treinamento pode mu­dar nosso cérebro. Praticar uma atividade – seja tocar piano, teclar no computador ou cobrar um pênalti – reforça as conexões ce­lulares na região cerebral que responde por aquela ação. Pode até criar novas conexões, como sugerem alguns estudos. É graças à plasticidade do cérebro que conseguimos aprender. “Bons jogadores se fazem com muito treinamento”, afirma o psicólogo Anders Ericsson, da Universidade do Es­tado da Flórida, nos Estados Unidos”.

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