Resposta ao planeta dos malucos!
Em jeito de resposta ao individuo que tentou há pouco comentar no meu blog, talvez furioso porque lhe ando a apertar os calos (são inúmeras as referências que faço a outros blogs, para o bem e para o mal), e que me injuriou (sujeito a responsabilidade penal), dou o devido esclarecimento às centenas de leitores que aqui gostam de vir.
As referências que fiz ao futebol amador, nomeadamente no que respeita à tónica dominante da decisão, foi escrito no contexto do futebol de formação (onde Lopetegui desenvolveu grande parte da sua carreira). Claro que no futebol amador sénior há muito pontapé para a frente, pouca decisão e poucas oportunidades para desenvolver grandes competências, mas mesmo neste cenário, há muitos jovens a aparecer, alguns com formação académica, que ainda trazem demasiado romantismo para o terreno de jogo. Da teoria à prática vai uma grande distância, assim como das bibliotecas e dos vídeos segmentados à la carte ao futebol jogado. O aspeto decisório é muito importante, claro, mas isso não significa que vivamos obcecados com ele, porque o radicalismo cega e não permite ver outros aspetos também fundamentais e que podem dar crucial contributo para as vitórias. Chamem-me resultadista, mas num mundo tão competitivo, tal como acontece no sector empresarial, os gestores têm de estar vocacionados para o resultado, e o resultado no futebol significa ganhar. Jesus é um resultadista (como demonstrou num última clássico, antes dos elogios ao Quaresma). Mourinho é um resultadista ainda mais feroz. Dir-me-ão, no entanto, que Guardiola apresenta resultados e dá espetáculo (não obstante não ser um radical no que à decisão diz respeito). Em primeiro lugar o conceito de espetáculo é subjetivo. Quantas pessoas não acharam extremamente aborrecido o tiki-taka que implementou no Barcelona? Em segundo lugar, já repararam nas sábias escolhas que o catalão tem sabido adotar em termos de carreira e que lhe permite certos luxos, inacessíveis a quase todos os colegas de profissão? Não podemos partir da exceção e a partir daí tentar criar a regra. A exceção no contexto futebolístico, como em qualquer outro campo, só faz sentido, perante situações excecionais. Se não estamos perante situações excecionais, é pouco inteligente querer usar nas situações mais usuais o mesmo modus operandi.