La Stratégie

by Alexander Sweden

Categoria: Desabafos

Porque razão há tanta gente que implementa o tuk tuk, quando afinal queria o Tika-taka?

Muitos treinadores do futebol amador, paineleiros e alguns adeptos adoram trazer à colação o chavão que o Guardiola revolucionou o futebol moderno. Consigo compreender, o Tiki-taka marcou uma era no futebol e continua a ser suspirado por aqueles que não compreendem que essa filosofia de jogo não é concretizável em 99,99% das equipas de futebol profissional; e muito menos entendem que se continuarem em insistir no plágio do modelo de Guardiola, vão, quanto muito, recordando aqui as palavras do Gordo Vai à Baliza, implementar um tuk tuk à imagem e semelhança de Lopetegui, e que se traduziu na única lufada de ar fresco (sem contar com a rotatividade inicial kamikaze), pelas piores razões,  que o treinador do Porto trouxe para Portugal: um sistema tático que criou o Porto mais fácil de bater dos últimos 30 anos.

E porque razão o Guardiola não revolucionou o futebol?   O vocábulo “Revolução” está relacionado com a ideia de mudança radical de grandes repercussões massivas, muitas vezes suscitado pelo povo. Se compararmos o Tiki-taka introduzido por Guardiola com este conceito, concluímos facilmente que:

 – Não teve grandes repercussões massivas: foi um epifenómeno, porque apenas atingiu uma equipa e uma seleção em particular. Todos aqueles que cheios de boas intenções e recém  chegados ao futebol profissional, vindos do futebol amador, obcecados ainda com a decisão (mas apenas nos contextos que gostam) e que pretendem implementar aquele futebol de posse (vid. Lopetegui) irão dar de caras com a dura realidade: Queriam um Tiki-taka, ficam com um tuk tuk. Queriam um Real Madrid, têm lugar no Cascalheira.

 – Não foi suscitado pelo povo: foi suscitado pela alta nobreza, por um treinador que escolhe à la carte jogadores muito específicos para um modelo muito específico. Jogadores que escasseiam no mercado futebolístico. Por serem tão raros, e tão caros o modelo do Guardiola torna-se quase impossível de ser replicado. Considerar o Tiki-taka revolucionário (diferente de inovador) é considerar que as louças de  porcelana Limoges são iguais às canecas das Caldas. Infelizmente muitos treinadores ainda não compreenderam que Guardiola provavelmente não cometeria o erro crasso que eles cometem, tentando implementar o Tiki-taka mesmo se treinasse o Vizela ou o Paços de Ferreira ou meia dúzia de miúdos com ranho no nariz. Trazer princípios de jogo só ao alcance de predestinados para os comuns mortais é um erro crasso. Seria o mesmo que ensaiar a banda do Toni Carreira para nos presentear com a OST do “2001: Odisseia no Espaço” ou Coro Santo Amaro de Oeiras para entoar uma ópera de Puccini. Lembrem-se, futebol não é humor nem a antecâmera do Frankenstein.

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Soltas

Ao longo da minha ausência tenho lido tanta barbaridade, tanta teoria que pode levar o futuro dos jovens treinadores para o caixote do lixo, que cumpre-me aqui deixar alguns desabafos:

Desabafo n.º 1:

Leio aqui que Mourinho utiliza tecnologia de ponta na preparação física dos seus jogadores. Mas espera aí, os jogadores não são praticamente todos iguais no que à capacidade física diz respeito (são profissionais, logo seres perfeitos)?  Mas então a capacidade física não é algo somenos? Não é a tomada de decisão, o alfa e o ómega do futebol e todo o resto é levado ao melhor estilo soldadinho de chumbo? Será que o Mourinho está louco e o pessoal que treina no futebol amador e na distrital é que a sabe toda? Porque será que de uma forma em geral quando os jogadores chegam aos trinta e poucos anos ficam a anos luz do que já produziram? Não terão evoluído na tomada de decisão e evoluído na compreensão do jogo ao longo dos anos, e como isso é a Teoria de Tudo futebolístico, o ex libris, não fará sentido que jogassem até mais tarde sem afetar tanto a sua performance? 

Desabafo n.º 2:

Vamos endeusar o Cha cha cha pelo jogo que fez contra o Bayern (ao melhor estilo do “nós bem avisámos que é fabuloso”), mas as exibições de Herrera e Quaresma abafamos porque destroem certas teorias que defendemos contra tudo e todos, até porque não acreditamos na evolução de um jogador. Se dizemos que ele não serve (porque não preenche a 100% o que queremos), nunca servirá (mas o Postiga e o Ola John já servem).

O avançado colombiano tem demonstrado ser um excelente jogador, mas falta o teste de algodão: precisa de jogar num grande campeonato. Tal como a um jovem jogador, não basta ser fora de série no futebol júnior tem que prová-lo a nível profissional, também um jogador, que é um fora de série nos campeonatos inferiores, tem que prová-lo em campeonatos de primeira água. Até lá merece louvor, mas é perigoso endeusar como se fosse a última coca-cola do deserto. Eu compreendo que quem anda a treinar jogadores acabados de vir da jornada laboral ou de meninos que não têm queda para a coisa fique facilmente maravilhado (quando lhe convém) com uma lufada de ar fresco, mas convém ir com calma. O avançado é muito bom neste contexto, mas há sempre riscos perante contextos mais exigentes. Aguardemos.    

Desabafo n.º 3:

Leio louvores ao Pizzi como se fosse o melhor n.º 8 deste planeta. O curioso é verificar que o “ai nos acuda” patético (ver aqui uma sensata opinião sobre a saída do argentino) que a saída destrutiva e irreversível de Enzo traria para o clube encarnado (mas só para quem não percebe o que é o futebol profissional), depressa caiu no esquecimento. Vivemos numa época ao melhor estilo da casa dos segredos. Tudo é efémero, tudo é fútil, nada é para ser levado demasiado a sério. Continuemos a assobiar para o ar por mais tiros ao lado que sejam dados. 

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Cuadrado: Porque o futebol não é xadrez

A eminente contratação de Cuadrado por parte do Chelsea, a concretizar-se, faz todo o sentido. Traz à equipa o que mais nenhum jogador da equipa atual tem e pode funcionar como um desbloqueador de jogos incrível.

É um jogador que decide supostamente muitas vezes mal (principalmente para quem está obcecado com bonitas ilustrações mas que esquece que a boa decisão deve ser analisada à luz do contexto e dos intérpretes) mas que é tão bom!

Para os apologistas da falsa doutrina Cuadrado não teria lugar nas grandes equipas (porque se esquecem propositadamente das componentes físicas e não poucas vezes das técnicas e querem tornar o futebol no mais belo jogo de xadrez de sempre), para os grandes treinadores, faz todo o sentido ter um jogador com estas características no plantel.

Em quem acreditamos, nos treinadores que vencem mais do que os outros ou naqueles que não saem da cepa torta e que nos intoxicam com a falsa doutrina (que apenas fará sentido no futebol de formação ou no futebol sénior amador)?

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Soltas

Eduardo Salvio continua a demonstrar as razões de ser tão importante no Benfica (só não vê quem não quer);

A saída de Enzo a confirmar-se (muito naturalmente) que não foi o  fim do mundo para o líder do campeonato. No entanto, se víssemos a saída do argentino numa perspetiva do futebol amador diríamos que esta aproximaria o clube encarnado do caos (para perceber melhor ver aqui);

Jonas, refém de melhores índices físicos (ou teria sido um caso sério no futebol europeu) a demonstrar que ainda assim é um bálsamo para o futebol nacional;

Gauld a mostrar mais em 30 minutos que o André Martins a época inteira;

A falta de Adrien no meio campo (porque a equipa não tem a maturidade do Benfica), a qual teve claras repercussões na defensiva leonina;

Tanaka a mostrar aos bloggers do Visão de Mercado que ver e escrever o futebol na perspetiva do adepto normalmente faz engolir sapos (é infantil avaliar as contratações em meia dúzia de meses).

Como identificar um charlatão no meio futebolístico

Há bem pouco tempo alguém usou a blogosfera para me apelidar de charlatão. Até acho piada ao nome e até me deu ideia para desenvolver o tema, pelo que lhe agradeço a dica. O que é um charlatão e como identificar um? Parece-me importante, uma vez que muitos dos que aqui me leem possivelmente vão ser líderes e irão ter um papel importante nos meandros do futebol, logo vão estar sujeitos a muitos charlatões e portanto é importante saber identificá-los prontamente.

Fazendo alusão aos sete pecados capitais, mais fácil se torna identificar as personagens como que nos vamos deparando na vida real ou virtual. Ainda não criei um algoritmo para identificar o charlatão, nem julgo que seja importante, mas se nos deparamos com um individuo que tenha algumas destas “qualidades” é melhor desconfiar das doutrinas que apregoa ou defende.

A gula: Como é guloso, muitas vezes gosta de lamber botas na busca de uma posição. São fáceis de identificar e qualquer líder seguro de si os topa à légua e foge deles como o diabo foge da cruz. Um líder precisa de alguém que os questione, que os “obrigue” a ver os factos por outro prisma e não um yes man que se perde em elogios mesmo quando eles não fazem sentido (nem para aquele que os recebe);

A avareza: O apego excessivo e descontrolado pelos bens materiais, pelo dinheiro pela fama, pelo lambe-botismo (como sujeitos passivos), leva a um vale tudo. Os fins justificam os meios;

A luxúria: Está relacionado com o apego exacerbado pelas paixões, principalmente aquelas cuja obsessão o impede de deixar o matrix e que o obriga a justificar o injustificável e a meter os pés pelas mãos em busca de argumentos (mas nunca admite que fez bosta);

A ira: A raiva e ódio são despoletadas só porque sim. Não suporta o contraditório, de levar na cabeça, nem a hipótese de estar errado ou ter de mudar e de evoluir; Muitas vezes recorre ao humor para disfarçar a comichão. Critica jogadores profissionais e colegas de profissão como quem bebe um copo de água, mas jamais suporta comentários “vis” que colocam as suas ideias em causa;

A inveja: Perante sérias dificuldades em gerir o sucesso alheio, tudo serve para o minimizar o próximo e procura a glorificação (inclusive a blogosférica) dos seus fieis seguidores para amenizar o sentimento que o assola;

A preguiça: A pedagogia dá trabalho. Quando se pode ser mal-educado e arrancar o mal pela raiz não há razão para ser compreensivo e paciente com os demais;

O orgulho: Leva à arrogância, à esperteza saloia, à desonestidade intelectual, realidades que não permitem o espaço para o debate de ideias que levem a conclusões, até porque quando se é dono da verdade tal comportamento deixa de fazer sentido. Sabem tudo.

Benfica, Enzo, os jogos da distrital e os livros

Leio neste post uma crítica a  Rui Pedro Braz (Autor de alguns livros sobre futebol) que defende que Matic é muito mais difícil de substituir que Enzo porque o Jesus tem agora mais opções do que durante a transferência do jogador sérvio para Londres.  O responsável pelo post contesta a ideia e finaliza o seu primeiro parágrafo da seguinte forma: “Mas isso é o problema de analisar as coisas de forma geral, sem pensar na especificidade de cada caso. Seria isso verdade se a ideia fosse pegar em onze jogadores e os soltar sem qualquer fio em campo. Mas a ideia, e o fio, é o modelo de jogo de Jorge Jesus.”

Não obstante os dois estarem errados (um porque vê o futebol profissional como se treinasse na distrital, o outro porque ainda não percebeu que independentemente dos recursos atuais do plantel benfiquista, é mais fácil de encontrar um bom n.º 8 do que um bom n.º 6), não quero menosprezar todos os que trabalham de forma humilde nas divisões inferiores ou no futebol feminino, até porque a subida a pulso nunca fez mal a ninguém, ou aqueles que perdem o seu tempo a escrever livros sobre um desporto que apaixona multidões.

Deste modo, quero começar por dar dois conselhos a todos aqueles que pretendem dar o salto para o futebol profissional; Primeiro: Não é necessário lamber botas, porque se formos bons será uma questão de tempo até repararem em nós (e o Jesus não é o único treinador que dá empregos e muito menos é o único  cujo modelo de jogo passa pela ideia e pelo fio. No futebol profissional isso é normal). Segundo:  É imperioso fazer um grande esforço para deixarmos de analisar o futebol profissional sob uma perspetiva da distrital. Para ingressar realmente no futebol profissional é obrigatório desmontar  ideias pré-concebidas vigentes no futebol sénior amador, deixar as bibliotecas e reinventarmo-nos perante a nova realidade (uma realidade completamente distinta).

Continuando a leitura do referido  post, onde se pretende alegar que é mais difícil substituir Enzo do que Matic,  lemos o seguinte:

“Focando nos dois médios centro, no modelo de Jesus, um dos médios assume mais as coberturas, e tarefas defensivas de frente para o jogo, por estar na maior parte do tempo atrás da linha da bola, e outro assume mais riscos aparecendo mais vezes à frente da linha da bola. Jogar de frente para o jogo é mais fácil no ataque e na defesa. É mais confortável porque se consegue ler todo o jogo”.

Infelizmente as coisas não são assim tão lineares (nunca são), mas isso é o problema de analisar as coisas de forma geral (leia-se futebol da distrital), sem pensar na especificidade de cada caso  (leia-se futebol da primeira divisão). Na distrital faz sentido ter esta opinião, onde substituir um trinco é normalmente mais fácil do que substituir um número 8. Basta ir à aldeia mais próxima buscar um matulão para destruir jogo, intimidar  e ver o jogo de frente. Na ótica da distrital substituir um jogador destes não dá tantas dores de cabeça, mas descobrir na mesma aldeia um 8  com grande qualidade técnica para jogar mais próximo dos adversários, dentro do bloco e muitas vezes de costas para a baliza e detentor de grande criatividade para ter sucesso nos espaços curtos, pensar e executar rápido é praticamente uma tarefa impossível.

Uma vez que aos olhos de um treinador da distrital substituir um 6 é normalmente mais fácil do que descobrir um novo 8 para titular, o que nos diz o futebol profissional? Aquilo que eu vejo no futebol português é que há mais de meia dúzia de jogadores muito competentes para jogar a 8 e muitos poucos para jogarem a 6. Porque será? E porque razão o Benfica ainda não encontrou um substituto para o Matic ao fim deste tempo todo, que o Porto tampouco o fez relativamente ao Fernando e que Rossell provou que ainda tem de palmilhar muito terreno para um dia substituir o William Carvalho?Algo que inexplicavelmente o post em análise não refere é que um 6 suporta uma maior responsabilidade sobre os seus ombros, pelas funções nevrálgicas que lhe são incumbidas e porque tem muito menor margem para errar, quer em termos posicionais, quer em termos de interceção da bola, do que um 8, sendo natural que aquele se tenha tornado numa pedra preciosa mais rara de encontrar. Há muita gente boa com a bola no pé, que assume mais riscos aparecendo mais vezes à frente da linha da bola, com alta qualidade individual, mas há pouca gente com alta qualidade coletiva, que tenha grande sentido de responsabilidade sobre os terrenos recuados a ocupar e sobre o tempo de entrada à bola e que ainda consegue acrescentar a tudo isto a sabedoria em tratar a bola por tu e iniciar, com competência, a primeira fase de construção.  Não é por acaso que Ancelotti, com resultados excecionais, “desperdiça” dois 8´s de topo mundial no lugar de um habitual número 6. Compreende-se esta opção, porque no futebol profissional é mais fácil encontrar 8’s muito bons do que um 6 realmente competente. Recordando o velho ditado: “Quem não tem cão caça com gato”. Se Jesus fosse flexível como o treinador italiano, poderia aproveitar a deixa para jogar com dois 8’s e esquecer de vez o número 6.  Infelizmente temo que esta dica já chegue demasiado tarde porque obriga a que o modelo já tenha sido completamente interiorizado pelos jogadores para que agora fosse explanado, sem medo, nos jogos a sério.

Poder-me-ão contestar que Jesus também acha que Enzo é mais difícil de substituir do que Matic (Ver aqui). Trata-se principalmente de uma forma inteligente de mentalizar a equipa das dificuldades que se avizinham perante a proximidade pontual do F.C. Porto e de dar um aviso importante à direção sobre a perigosidade desta janela de transferência. Compreendem-se as declarações de Jesus, mas não são claramente para levar à letra, antes devem ser descodificadas, como qualquer declaração de um qualquer treinador que ande pelo futebol profissional.   Não faria sentido Jesus afirmar que a tarefa de substituir Enzo era mais fácil do que qualquer outra que já teve no passado. Seria um tiro no pé. A próxima tarefa é sempre a mais difícil, não só porque é a mais urgente e atual mas também porque ainda desconhecemos como dela nos iremos desenvencilhar.

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Será a esposa de Pepe a “Mulher do Homem do Talho”?

Relembrando o filme “The Butcher’s Wife” leio aqui, em forma de louvor, o facto do Pepe fazer poucas faltas e não ter cartões amarelos, supostamente algo muito bom para quem é apelidado de carniceiro ou de assassino. Atenção à estatística pura e dura! Isto não é informação, é sensacionalismo. Estes dados só por si dizem muito pouco. Não há nexo causal entre cometer poucas infrações, ter poucas admoestações e apresentar um desempenho competente. Um central pouco dinâmico, que não se impõe na disputa de bola, que foge ao contacto, que não vai à queima (nas situações em que tem que ir, assumindo riscos) apresentará estatísticas deste nível. Franco Baresi, um dos defesas centrais mais perfeitos da história, consegue apresentar estatísticas piores neste aspeto que o Pepe. Isto significa o quê? Que Pepe é melhor? Seguramente que não.

A estatística é importante, sendo mesmo obrigatória, mas como complemento da análise e não como veredicto sobre o desempenho de um jogador. Não foi seguramente com base nelas que José Mourinho remeteu o português para o banco em detrimento do jovem central francês Varane, (na minha opinião de forma muita legitima porque o francês, apesar de menos espalhafatoso e carismático, é melhor jogador aos 21 anos que o Pepe alguma vez foi). O principal problema de Pepe nunca passou pelo aspeto disciplinar, mas a forma como não consegue manter a folha limpa (leia-se culpa direta nos golos sofridos pela equipa) durante uma sequência de jogos assinalável. Não valorizo um defesa que faz um corte visualmente notável mas que na jogada a seguir se esquece de marcar e permite golo, como um menino que ficou maravilhado com o seu recente desempenho e se deixou ficar à sombra da bananeira.

A opinião pública valoriza excessivamente o aspeto visual da jogada e não dá a devida importância ao real contributo que aquela dá à equipa. Atenção que futebol não é ballet! Prefiro um corte ou uma defesa atabalhoada, mas eficiente, do que uma perda de bola que deixa a equipa descompensada, não obstante ter sido antecedida por uma maravilhosa jogada estética levada a cabo por um defensor, ou que momentos depois desta esteja em todo o lugar menos no sítio onde devia (a fazer lembrar David Luiz).

pepe

Resposta ao planeta dos malucos!

Em jeito de resposta ao individuo que tentou há pouco comentar no meu blog, talvez furioso porque lhe ando a apertar os calos (são inúmeras as referências que faço a outros blogs, para o bem e para o mal), e que me injuriou (sujeito a responsabilidade penal), dou o devido esclarecimento às centenas de leitores que aqui gostam de vir.

As referências que fiz ao futebol amador, nomeadamente no que respeita à tónica dominante da decisão,  foi escrito no contexto do futebol de formação (onde Lopetegui desenvolveu grande parte da sua carreira). Claro que no futebol amador sénior há muito pontapé para a frente, pouca decisão e poucas oportunidades para desenvolver grandes competências, mas mesmo neste cenário, há muitos jovens a aparecer, alguns com formação académica, que ainda trazem demasiado romantismo para o terreno de jogo. Da teoria à prática vai uma grande distância, assim como das bibliotecas e dos vídeos segmentados à la carte ao futebol jogado. O aspeto decisório é muito importante, claro, mas isso não significa que vivamos obcecados com ele,   porque o radicalismo cega e não permite ver outros aspetos também fundamentais e que podem dar crucial contributo para as vitórias. Chamem-me resultadista, mas num mundo tão competitivo, tal como acontece no sector empresarial, os gestores têm de estar vocacionados para o resultado, e o resultado no futebol significa ganhar.  Jesus é um resultadista (como demonstrou num última clássico, antes dos elogios ao Quaresma). Mourinho é um resultadista ainda mais feroz. Dir-me-ão, no entanto, que Guardiola apresenta resultados e dá espetáculo (não obstante não ser um radical no que à decisão diz respeito). Em primeiro lugar o conceito de espetáculo é subjetivo. Quantas pessoas não acharam extremamente aborrecido o tiki-taka que implementou no Barcelona? Em segundo lugar, já repararam nas sábias escolhas que o catalão tem sabido adotar em termos de carreira e que lhe permite certos luxos, inacessíveis a quase todos os colegas de profissão? Não podemos partir da exceção e a partir daí tentar criar a regra. A exceção no contexto futebolístico, como em qualquer outro campo, só faz sentido,  perante situações excecionais. Se não estamos perante situações excecionais, é pouco inteligente querer usar nas situações mais usuais o mesmo modus operandi.

Há momentos em que um treinador não deve ler o jornal.

Este recado é para o Marco Silva. Um treinador nunca deve permitir que a tentativa de manipulação tome lugar no seio da equipa. Falo da aposta do Miguel Lopes em detrimento do Cédric. Sendo factual que o mais novo é um dos patinhos feios da blogosfera e da imprensa dita especializada, importa questionar se este só passaria a ser merecedor de justo reconhecimento se reunisse no mesmo corpo os atributos do Daniel Alves e do Angloma? Ou nem assim?

Não é evidente a escola de Cédric, os conceitos defensivos e ofensivos que assimilou durantes anos, a trajetória de sucesso, desde o seu empréstimo e consequente regresso à base até à conquista da titularidade a pulso, em detrimento da carreira bem atribulada e cheia de episódios do Miguel Lopes? Entre empréstimos, pouca utilização no Porto e lesões, será justo tudo isto esquecer e optar por recordar apenas os 13 jogos que fez pelo Braga?

A quem compete liderar, aos matutinos, aos autores de certos blogs ou ao treinador imbuído de uma visão fria, imparcial e intocável? Ou estaremos apenas perante uma gestão amadora à Lopetegui ou perante intromissões na gestão do plantel leonino relacionado com a renovação de um vínculo que só termina em 2016? Não acredito nisso.

Anda-se a toque de caixa do Visão de Mercado e de outros veículos propagandistas que tentam lamber as suas feridas insaráveis (de forma cada vez mais indisfarçável), ou seria preferível assumir uma postura mais profissional? Afinal, não é para isso que somos pagos?

Marco-Silva-Sporting

Quaresma destrói teorias

Os fanáticos da boa decisão nunca compreenderão jogadores como o Quaresma e nunca os colocariam a jogar, até porque são mais exigentes que Mourinho e Jesus. 

Primeiro, porque graduam tudo sob a lente da decisão, mas paradoxalmente não distinguem a decisão mais determinante para o sucesso da equipa de uma decisão a la João Moutinho. Segundo, porque não entendem que a decisão é orfã de parâmetros técnico-táticos e físicos ( logo não é sensato esquece-los), e que estes podem compensar uma menor capacidade na hora de decidir. Não sendo esta realidade a ideal, muitas vezes resolvem só por si os problemas que os supostos jogadores inteligentes se revelam impotentes para resolver.

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Gordo, vai à baliza!

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A Tasca do Cherba

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